A história por trás da moto Webley Vickers: quando a BMW encontrou o motor VW.
A moto Webley Vickers pode parecer um projeto de um habilidoso mecânico, mas é, na verdade, um exemplar produzido em pequena série com vários pais, todos dos Estados Unidos, durante os anos 60. Em primeiro lugar, Bruce Butterfield, juntamente com Jack Pruett, operava uma concessionária de motocicletas em Fresno, Califórnia. Eles vendiam motocicletas esportivas Moto Guzzi e Ducati, bem como BMWs mais conservadoras com seus motores boxer de dois cilindros.
Bruce achava a moto BMW muito conservadora, especialmente para as estradas retas e intermináveis dos Estados Unidos, então, ele desejou mais potência no motor – algo que outro motor boxer oferecia, mas que era de quatro cilindros e utilizado em um carro: o motor do VW Beetle. Assim, Bruce almejou um casamento entre BMW e VW, mas precisava de um anel de noivado que pudesse selar essa união. Um anel de noivado na forma de uma carcaça de embreagem que possibilitaria unir o motor VW ao câmbio de motocicleta original BMW.
Juntos, Bruce Butterfield e Roger Willis criaram a moto Butterfield-Willis BMW, que eles ofereceram a compradores interessados, ainda com a designação R 60/2. Existiam diferentes variantes: as motos podiam ser encomendadas com motores VW de 1.192 a 1.1584 cm³ (supostamente foram construídos até alguns exemplares com o coração do Porsche 356 1500 Super). Em termos de equipamentos, as motos podiam ser entregues completamente prontas para rodar ou em kit com instruções detalhadas.
Cerca de 100 unidades foram produzidas, mas uma batalha judicial entre Butterfield e Willis terminou com uma vitória de Willis. Na partilha do divórcio, foram incluídos não apenas os direitos da motocicleta, mas também todas as ferramentas e moldes de fundição. Willis continuou a produção sob a marca Willis-Four, mas mais tarde vendeu todo o estoque junto com os direitos para Doug Whitson, que continuou a construir o híbrido por mais alguns anos. Mas não sob o nome Willis, nem mesmo como VBMW ou Veedub-Beemer (como a moto era conhecida pelos fãs, uma combinação das letras VW e BMW), mas como Webley Vickers. Cerca de mais de 100 unidades Webley Vickers foram produzidas, mas nenhuma delas deve ter chegado à Europa na época.
Atualmente, Axel Köhnlein, funcionário da BMW Mobile Tradition e responsável pelo museu da marca, possui uma unidade em exposição em Munique, Alemanha. Ele comprou os restos da moto: o quadro modificado, o motor VW 1200 de 34 cv, mas principalmente a carcaça da embreagem feita sob medida sem a qual não seria possível uma restauração. Ele trabalhou por anos para colocar aquele raro exemplar da Butterfield-Willis de volta às condições de trafegar, tal e qual o sr. Butterfield e o sr. Willis a entregaram a seu primeiro comprador em 1965.
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