D20 Monster Truck é a caminhonete do sonhos

D20 Monster Truck da Rtech Fabrications usou antecessora da Silverado como base

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As caminhonetes monster trucks estão longe do alcance dos brasileiros. Mas os clássicos ainda são encontrados com facilidade no comércio de usados. Alguns foram restaurados outros modificados.

Porém, nos Estados Unidos as coisas são diferentes. Lá, existem diversas empresas habilitadas nesse tipo de modificação e a cada dia que passa se tornam mais populares. É o caso da Rtech Fabrications Ponderosa, empresa especializada em clássicas picapes Chevrolet e GMC feitas entre 1967 e 1972.

A última novidade deles é uma D20 monster truck, mas com direito a rodado duplo traseiro. Até o nome é mucho macho: Ponderosa. A dublê de caminhão foi descoberta pelo pessoal do Autoblog.

Com nada menos que 6,10 metros de comprimento, ela tem 75 centímetros a mais que uma S10 cabine dupla. A Ponderosa é monstruosa em tudo, até mesmo no preço de 150 mil dólares, valor equivalente a R$ 620 mil. A altura de 2,43 metros faz os jogadores de basquete da NBA parecerem tampinhas. E o entre-eixos de 4,44 metros equivale ao comprimento total de um sedã médio como o Toyota Corolla.

A Ponderosa é aquele tipo de picape que já poderia vir de série com uma bandeira dos Estados Unidos. Aliás, a marca já divulgou fotos de seus outros modelos com uma enorme bandeira do país.

Baseada no estado interiorano do Idaho, a preparadora utilizou a carroceria de um modelo da geração K30 de 1966, parente das antigas Chevrolet D (diesel), A (álcool) e C (gasolina) brasileiras. Mas o chassi é da K30 1972, uma versão mais recente da picapona. O resultado é um monstro verde claro com toda a pegada retrô sobre um chassi de mini caminhão.

Um restomod não precisa seguir a restauração à risca. Há espaço para alguns “sacrilégios”. No caso dessa Chevrolet, o uso de um motor da Chrysler no lugar dos V8 Chevy é o maior deles. O 5.9 turbodiesel da Cummins veio da segunda geração da RAM.

Para render bem mais que o original, o seis cilindros em linha ganhou novos comandos de válvulas, pistões, injetores, além de escape e admissão retrabalhados. O grande milagre, contudo, veio do turbo e intercooler bem mais parrudos.

São 557 cv de potência e nada menos que 248 kgfm. É o tipo de força capaz de levar um caminhão médio e muitas toneladas no lombo.

Imagine só o ronco emitido pelos escapamentos da Flowmaster. Esperamos por algo apocalíptico. A sede do motor também não deve ser pequena. Pelo menos é o que imaginamos ao ver o tamanho do tanque (227 litros).

Curiosamente, não há câmbio automático. A caixa é uma manual de cinco velocidades e a manopla da transmissão tem apenas a indicação de quatro marchas. Seria um toque retrô? Segundo o pessoal do Autoblog, não. O detalhe ainda será corrigido.

A estrutura é quase uma versão Schwarzenegger da original. A rigidez estrutural foi reforçada por braçadeiras no teto, pontos extras de solda e uso de aço mais espesso. O chassi ganhou tubos extras nas laterais e a parte frontal também passou por reforços para aguentar o tranco de um guincho elétrico capazes de desatolar um tanque.

As demais especificações atendem tanto os picapeiros quanto os jipeiros mais brucutus. Os eixos rígidos são Dana 60 e 70 e possuem uma capacidade de articulação capaz de copiar qualquer terreno. Os amortecedores duplos (dianteira) e quádruplos (traseira) são da Bilstein. A despeito do uso de feixe de molas, o conforto de rodagem é garantido por tecnologias vindas de caminhões, exemplos das buchas hidráulicas entre chassi e cabine. No vídeo abaixo, a Ponderosa parece rodar com suavidade sobre o relvado.

O carinho está por toda a parte. A pintura verde e o teto branco cheiram a anos 60, enquanto os frisos de metal internos são originais. O sistema de som tem visual retrô e parece pronto para anunciar a morte do Kennedy ou alguma notícia sobre a guerra do Vietnã ou da corrida espacial, porém é um aparelho moderno da RetroSound e os alto-falantes e amplificador são da Kenwood.

A viagem no tempo é reforçada não apenas pela cabine monocromática e cromados, como também por outros elementos típicos das cabines daquele tempo, entre eles, a buzina acionada pelo aro do volante e o velocímetro horizontal. O GPS e bússola antiga convivem harmoniosamente.

Como outros restomods, há elementos modernos para fazer a ligação entre mundo antigo e o atual. Os faróis de LEDs são os exemplos mais eloquentes e fazem um contraste perfeito com a grade cromada. Há espaço para detalhes artesanais, caso das ripas de freixo usadas para o berço da caçamba.

Os confortos são de 2019: não faltam ar-condicionado, direção hidráulica e um prático controle de cruzeiro. O grande barato é embutir todas essas tecnologias da maneira mais discreta possível. Até o manômetro do turbo fica escondidinho no lugar de um dos botões de comando do painel.

Para completar, nada de vidros elétricos: as manivelas servem de lembrança de uma era em que ter picape grande era sinônimo de fazer esforço. Junto com a escalada na hora de entrar, será o único exercício que os ocupantes terão que fazer.

Atrás, o espaço interno é maior do que a sala de estar de muitos apartamentos modernos. O entre-eixos monstruoso é tão distante dos bancos da frente que seria possível esticar as pernas como na classe Executiva de um avião.

Por mais que o visual seja bronco, há detalhes artesanais como os revestimentos de couro na parte superior do painel, um luxo que as picapes da época nem sabiam que era possível. Os bancos revestidos de curvim e tecido são os mesmos da linha Sport 1966.

Toda a delicadeza dos arremates é um contraponto ao jeitão bruto da suspensão e rodas de caminhões. De 22 polegadas, elas têm dez porcas e calçam pneus offroad. A tração é 4X4 temporária (tração traseira no uso normal). Afinal, não pegaria bem para um bicho desse tamanho atolar na lama.

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