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domingo, dezembro 3, 2023
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O Sonho que Virou Pesadelo: O Democrata, o Carro Nacional que Desapareceu! Descubra sua História Chocante.

Nos anos 60, a indústria automotiva brasileira estava dando seus primeiros passos, com marcas estrangeiras dominando o mercado. Nesse cenário, um jovem empresário, Nelson Fernandes, sonhou em lançar o Democrata, o primeiro carro brasileiro projetado e fabricado em larga escala. Entretanto, esse sonho transformou-se em pesadelo em um curto período de tempo, resultando em apenas dois exemplares remanescentes do Democrata.

O Democrata: Dos Sonhos à Desilusão

Nelson Fernandes fundou a Ibap (Indústria Brasileira de Automóveis Presidente) em 1963, com grandes ambições de construir uma fábrica capaz de produzir 350 carros por dia, um volume comparável ao da Volkswagen naquela época. O plano incluía o lançamento de três modelos, com o Democrata liderando a linha até 1968. No entanto, em 1968, a empresa encerrou suas atividades após uma série de problemas e controvérsias.

A estratégia de Fernandes para financiar a Ibap era vender ações da empresa, proporcionando aos compradores o privilégio de adquirir o Democrata por um preço ligeiramente acima do custo. Essa estratégia havia funcionado anteriormente na construção de um hospital e de um clube campestre, mas não teve o mesmo sucesso no projeto automobilístico.

Antes da era da internet e das redes sociais, Fernandes viajou pelo Brasil em uma carreta, transportando um protótipo vermelho do Democrata, a fim de angariar investidores. Ele conseguiu vender dezenas de milhares de cotas, oferecendo aos compradores uma medalha com o símbolo da Ibap, que representava a silhueta do Brasil dentro de uma engrenagem estilizada.

O Fim Melancólico e as Controvérsias

Os investidores que compraram ações da Ibap acabaram perdendo seu dinheiro, uma vez que o projeto do Democrata revelou-se inadequado para a produção em massa. O veículo enfrentou problemas como superaquecimento do motor, direção e suspensão insatisfatórias, considerando sua proposta esportiva.

Os primeiros protótipos utilizaram chassi e mecânica emprestados do Chevrolet Corvair, que também serviu de inspiração para a carroceria de fibra de vidro. No entanto, a versão final do Democrata apresentou um chassi exclusivo e um motor produzido na Itália, com bloco de alumínio e potência de 120 cv, acoplado a uma transmissão manual de quatro velocidades. O veículo tinha tração traseira, suspensão independente nas quatro rodas e freios a tambor.

Após a fabricação dos protótipos e com os recursos arrecadados dos investidores, a Ibap construiu uma fábrica em São Bernardo do Campo (SP), que empregou até 120 funcionários. Contudo, a viabilidade da empresa era questionada, inclusive na imprensa.

Além disso, sob a sombra da ditadura militar, Fernandes e o Democrata enfrentaram resistência. A empresa foi alvo de uma CPI devido a suspeitas de golpe nos investidores, e um lote de 500 motores importados da Itália foi apreendido pela Receita Federal, sob acusação de contrabando.

O golpe final veio do Banco Central, que inspecionou a fábrica e declarou que a Ibap não possuía funcionários qualificados para produzir carros em larga escala nem havia contratado os fornecedores necessários para a manufatura. A empresa fechou as portas, deixando carrocerias de fibra de vidro, chassis e outros componentes trancados em um galpão da fábrica em São Bernardo por cerca de 20 anos.

Do Esquecimento à Salvação por Irmãos Colecionadores

No final dos anos 1980, os irmãos José Carlos e José Luiz Finardi adquiriram as carrocerias e outros componentes do Democrata e conseguiram montar os dois exemplares restantes do veículo. Um deles, na cor verde, foi para o acervo do Museu do Automóvel em Brasília, enquanto o outro, de cor vermelha, faz parte do acervo do Museu do Automóvel de Canela, no Rio Grande do Sul.

O exemplar vermelho é o mesmo que percorreu o Brasil na carreta e é o único equipado com o motor italiano original. Embora tenha um valor histórico significativo como o primeiro carro brasileiro, os entusiastas de carros antigos observam que o Ford Galaxie é, de fato, um carro mais agradável de dirigir.

A história do Democrata é marcada por controvérsia e dilemas, com opiniões divididas sobre Nelson Fernandes, que alguns consideram um visionário injustiçado, enquanto outros acreditam que ele subestimou a complexidade da fabricação de automóveis. De qualquer forma, o Democrata permanece como um lembrete das ambições e desafios enfrentados pela indústria automotiva brasileira em seus primeiros anos de desenvolvimento.

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